terça-feira, 17 de setembro de 2013

Empresas que ganharam incentivos do governo são as que mais demitem

O emprego na indústria apresentou a terceira queda consecutiva em 2013. O índice foi 0,8% menor do que o registrado no mesmo mês no ano passado. Mesmo nos setores que receberam estímulos do governo, com desonerações de impostos e isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) houve demissões. O levantamento foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no Jornal Folha de São Paulo da última quinta-feira (12). 

De acordo com o estudo, a retração do mercado atinge além dos setores de vestuário, calçados e têxtil, os setores de maquinário e equipamento (bens e capital), meios de transporte, veículos – cujas empresas foram beneficiadas com a desoneração da folha de pagamento e com a redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado). 

Esse dinheiro, como aponta a pesquisa do IBGE, entretanto, não evitou as demissões na indústria e sua retração. 

Tampouco evitou a redução do poder de compra dos trabalhadores e o aumento da inflação. A pesquisa deixa evidente o que a CSP-Conlutas e seus sindicatos filiados sempre alertou: mesmo com o incentivo pesado do governo nas indústrias com desonerações, redução de IPI, etc., esse repasse não garantiu a manutenção dos empregos e aquecimento da indústria. Ao contrário, a exemplo a GM de São José dos Campos que demitiu mais de mil trabalhadores neste ano. “Isso foi um ataque da empresa contra os metalúrgicos. A GM estava lucrando horrores com a isenção de IPI, ganhou incentivos do governo, e ainda assim seguiu com sua política de demissões, para poder fazer uma reestruturação e reduzir salários”, destacou o membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, também diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.

Ainda segundo a pesquisa, a retração na indústria de 0,8% foi a 22ª perda consecutiva, isso representa quase dois anos de demissões no setor. 

De acordo com a reportagem, o mau desempenho na indústria vem acompanhado da redução do consumo das famílias e da alta da inflação. 

Conta da crise para os trabalhadores no Brasil – O gasto do governo para salvar bancos e empresas já corroeu 16,5% do PIB (Produto Interno Bruto) o que representa R$ 832 bilhões. 

É o que também aponta a pesquisa realizada pelo Jornal O Globo, do dia 8 de setembro, numa séria de reportagens sobre a crise mundial. 

O governo usou como justificativa o repasse de dinheiro público para estimular setores estratégicos da economia, como a indústria. E aos bancos repassou dinheiro para facilitar o crédito, e assim a população consumir mais. 

Em contrapartida, nesses últimos cinco anos, desde o início da crise de 2008, o Brasil deixou de arrecadar em impostos, com as desonerações em folha de pagamento, e isenções de tributos, cerca de R$ 188 bilhões. Esse dinheiro, público, que poderia ser investido em saúde, transporte público, educação, foi para as mãos de banqueiros e empresários. 
Sem contar na escalada de privatizações de setores estratégicos da economia como portos, aeroportos, rodovias e, agora, os leilões do pré-sal, entrega das riquezas do país para o capital estrangeiro. 

Conta da crise para os trabalhadores do mundo – Ainda de acordo com levantamento feito pelo Jornal O Globo, a soma do repasse de dinheiro público para salvar as empresas e bancos da crise de 26 países, chega a 11,21 trilhões de dólares. Valor que supera os PIBs de Brasil e China juntos. 

Contudo, nesses anos, quem vem pagando a conta dessa dívida são os trabalhadores, com demissões em massa, retirada de direitos trabalhistas, redução das aposentadorias e privatizações, principalmente nos países europeus. 

Só a mobilização pode barrar essas políticas – As pesquisas revelam que o Governo Dilma Rousseff, seguindo o exemplo dos governos dos Estados Unidos e União Europeia não governa para os trabalhadores e sim para os banqueiros e empresários.

As jornadas de junho, julho e agosto impulsionadas pela juventude e, logo em seguida as paralisações e mobilizações de trabalhadores pelo país mostraram que a população não está satisfeita com os rumos que esse governo vem dado para resolver o problema da crise. 

Também na Europa a população tem tomado as ruas e os trabalhadores realizado greves gerais contra essas políticas.

“Neste sentido, os trabalhadores, a juventude, todo o conjunto da população devem continuar com sua mobilização contra essas políticas, em defesa dos salários, buscando a unidade nas campanhas salariais. Também em defesa de nossas riquezas, buscando impulsionar a campanha contra leilão da Libra do pré-sal, e em cada luta em defesa dos direitos, da soberania do País e construir um plano econômico voltado para os trabalhadores ”, finalizou Mancha. 

Com informações da Folha de São Paulo (quinta-feira 12) Jornal O Globo (domingo 8)  
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